Corinthians -Do Topo do Mundo à Zona de Rebaixamento das Finanças
A FEA Sports Business esmiuçou as finanças alvinegras e trouxe como o Sport Club Corinthians Paulista, clube centenário brasileiro fundado em 1910 e um dos maiores clubes do Brasil, de massiva torcida, foi da glória máxima em 2012 a um pesadelo interminável de sua dívida financeira exorbitante nos dias atuais.
Por equipe FEA Sports Business
O futebol segmenta uma paixão intransponível, que muitas vezes pode ultrapassar qualquer tipo de racionalização. No ano de 2012, o Corinthians fazia de sua torcida a mais feliz do mundo, visto que o clube acabara de vencer a tão sonhada Copa Libertadores e o Mundial de Clubes da FIFA. Nessa toada, a paixão às vezes cega e a bola na rede obscurecem a realidade fora de campo. Por trás dos panos, o Corinthians viveria o prelúdio do que se tornaria a pior crise financeira da história do clube, por meio de dívidas milionárias com relação ao seu estádio, problemas com direitos de imagem de seus jogadores e um grande aumento nas obrigações monetárias do clube nos anos que se sucederam. Hoje, essa crise parece não ter mais fim, chegando a seu auge.
Mas, como se chegou a este ponto? Como um clube pode conquistar o mundo em 2012 e em pouco mais de 10 anos chegar a uma dívida de mais de 2 bilhões de reais? A FEA Sports Business fez uma análise da gestão do clube ao longo destes mais de 10 anos, dividindo esse período por biênios e triênios. Sobre o período que culminou no declínio alvinegro e de suas finanças, abordamos pontos cruciais que contribuíram para que o clube se encontre no estado atual em que está hoje.
2012–2014: 2024 começou aqui.
Durante o período de 2012 a 2014, o clube se envolveu em questões que anos depois viriam a se agravar e complicar sua situação financeira. Um dos exemplos que podemos nos basear é pela dívida com relação aos direitos de imagem dos jogadores. No Balanço Patrimonial de 2012 liberado pelo Corinthians, as obrigações do clube com o pagamento de direitos de seus jogadores chegam à uma somatória de 35 milhões de reais, incluindo somas como a compra de direitos econômicos do jogador Ralf. Em 2013, as mesmas obrigações já equivalem a 50 milhões de reais, um aumento de mais de 40% com relação ao exercício anterior. Os números em atraso pesam para os jogadores, pois não são raros os casos de jogadores que podem entrar na justiça com relação à essa dívida, sendo um ponto vulnerável do clube e que necessita de muito cuidado e atenção.
Além disso, outro tópico essencial a ser considerado é a construção do estádio do Corinthians, a atual Neo Química Arena. A obra, impulsionada pela Copa do Mundo de 2014, atormenta o financeiro do clube até hoje, com seus inacabáveis juros e prestações. Apesar do gasto inicial previsto ser de R$820 milhões, esse custo ultrapassou R$1 bilhão, somando o custo das obras e despesas inesperadas, como a remoção e a realocação de dutos da Petrobrás que passavam por baixo do terreno. A inauguração do estádio precisou ser adiada por conta de diversos fatores, como a adição, com as obras já em andamento, do Museu do Corinthians. Ainda, para o jogo de inauguração da arena, anterior à Copa do Mundo, precisou-se colocar menos de 40 mil ingressos à venda, número inferior ao planejado inicialmente, reduzindo, assim, a receita que o clube esperava receber. Essa decisão precisou ser tomada porque nem todas as arquibancadas foram instaladas a tempo.
Enquanto falamos do estádio, é importante ressaltar a dívida contraída pelo clube na época para que fosse possível liberar sua construção. Na época, a dívida consistia em R$350 milhões para a Caixa Econômica, R$400 milhões para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e R$420 milhões dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs). O problema dos empréstimos, fora obviamente a devolução do dinheiro, cai sobre os juros a serem pagos. Para a Caixa, só os juros que recaem sobre o Corinthians já passam dos R$100 milhões, o que impõe um desafio para o clube se organizar e pagar o bruto da dívida antes de passar pela barreira criada pelos juros. Apenas no Balanço liberado em 2013, a dívida com relação aos juros e outros compromissos do clube alvinegro já passavam dos R$146 milhões em valor total.
Com base na imagem fornecida, podemos observar que o Corinthians passou por algumas mudanças financeiras significativas entre 2013 e 2014. O dinheiro que o clube tinha disponível para gastar rapidamente, conhecido como ativo circulante, diminuiu em 26%. No entanto, o clube aumentou seus investimentos em bens que não planeja vender ou usar depressa (denominado ativo não circulante) em 23%, e o dinheiro que o clube espera receber após um ano (também chamado de realizável a longo prazo) aumentou em 28%. Isso resultou em um crescimento de 13% no total de tudo que o Corinthians possui de valor.
Quanto às dívidas, as obrigações que o clube tinha que pagar a curto prazo (passivo circulante) diminuíram 1%, enquanto as obrigações que o clube poderia pagar mais a frente (passivo não circulante) aumentaram em 6%. Isso resultou em uma diminuição de 5% no dinheiro que o Corinthians deve a outras pessoas (capital de terceiros).
De 2018 para 2019: O divisor de águas das finanças corinthianas
Um dos aspectos relevantes para o ano de exercício de 2018 do Sport Clube Corinthians Paulista, é a retirada de destinação das receitas em bilheteria para o Fundo Arena, conforme nota do balanço divulgado pelo clube “Em 31/12/2018, conforme descrito nas Notas Explicativas nº 10.1, às demonstrações financeiras, o Clube detém investimentos avaliados por R$0 em cotas subordinadas júnior do Arena Fundo de Investimento Imobiliário (FII), o qual possui o Estádio Arena Corinthians”. Ademais, de acordo com apuração do portal GE, o endividamento do clube no ano de 2018 superou a composição de receita, conforme gráfico abaixo:
Dado a composição do endividamento do Corinthians, está na crescente dos passivos de curto prazo, representando um montante de 66,48% do endividamento do clube, o que demonstra um risco na receita e fluxo de caixa do clube. Ademais, ressalta-se a maior parte desse passivo como encargos fiscais e bancários (relacionados a dívidas com fornecedores, empréstimos entre outros), abaixo encontra-se a partição do endividamento do clube:
Dentro da dívida fiscal do clube, entram os protestos e obrigações com fornecedores, conforme apurado pela rede ESPN, alguns dos principais saldos devedores dentro dos 59 protestos emitidos contra o clube, são alguns os valores abaixo:
O ano de 2019 corinthiano observou uma continuação do mandato de Andrés Sanchez no comando do clube, ainda com o encargo principal de lidar com a questão da dívida existente pela construção da Arena Corinthians em empréstimos fornecidos pela Caixa Econômica Federal e a Odebrecht para a construção acelerada da Arena para abrigar a Copa do Mundo de 2014.
No ano de 2019, o Corinthians apresentou um déficit líquido de 196,4 milhões de reais, que, quando comparado ao déficit de 2018 (18,7 milhões de reais), observa-se um aumento de aproximadamente 1041%, ou ainda, em 176,7 milhões de reais. Quanto às receitas e despesas do clube, nota-se que o Corinthians sofreu uma queda considerável em duas das suas principais fontes de receita: os direitos de televisão e os repasses de direitos federativos (vendas de jogadores).
Quanto aos repasses de direitos federativos, observando-se a DRE do Corinthians, nota-se que o clube teve uma queda imensa nas receitas (de 118,859 milhões para 45,269 milhões) entre 2018 e 2019. As vendas de jogadores são bem relativas, pois é possível que os jogadores vendidos não sejam tão valiosos pelo olhar do mercado, porém é válido ressaltar que das 14 saídas efetivas do clube (desconsiderando empréstimos que o Corinthians realizou), 11 delas foram por fim de contrato a custo zero, sendo elas: Léo Príncipe, Marlone, Fellipe Bastos, Guilherme Romão, Gabriel Vasconcelos, Júnior Dutra, Giovanni Augusto, Paulo Roberto, Ángel Romero, Bruno Paulo e Henrique, sendo que alguns deles eram considerados jogadores importantes para o Corinthians, como por exemplo o jogador Ángel Romero. O fato da grande maioria das saídas efetivas do Corinthians ocorrerem a custo zero, indica, no mínimo, uma política de transferências questionável imposta por Andrés Sanchez durante esse ano em questão.
Já em relação aos direitos de televisão, o “Relatório sobre as Demonstrações Financeiras 2019”, publicado no site do clube, faz uma ressalva para o fato de que o Corinthians obteve um resultado esportivo abaixo do esperado durante a temporada (oitavo colocado no brasileirão, semifinalista da Copa Sul-Americana, eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil), o que explica uma queda de cerca de 9 milhões de reais nas receitas por direitos de TV em 2019 (188,972 milhões de reais) em relação ao ano de 2018 (197,756 milhões de reais).
Em relação às despesas do clube, o “Relatório sobre as Demonstrações Financeiras 2019” denota que o clube teve uma despesa elevada com a aquisição de atletas (cerca de 105 milhões de reais), que visavam tornar o Corinthians, em sua parte esportiva profissional masculina, um clube mais competitivo, visando maiores ganhos futuros com um time mais forte e consolidado. Contudo, vale ressaltar que as contratações realizadas pelo Corinthians em 2019 foram, em sua grande maioria, fracassos esportivos, com vários atletas deixando o clube e futuras transferências com menos de 2 anos de estadia no plantel do clube, sendo as transferências mais impactantes: Angelo Giovani Araos (24 milhões de reais), Bruno Mendez Cittadini (18,6 milhões de reais), Junior Nazareno Sornoza Moreira (11,5 milhões de reais) e Richard Candido Coelho (10,42 milhões de reais). Dos jogadores citados, nenhum conseguiu firmar-se futebolisticamente na equipe corinthiana, sendo negociados em algum momento próximo a frente.
Portanto, pode-se dizer que o ciclo operacional de 2019, em termos da gestão de Andrés Sanchez, apresentou pontos interessantes que corroboram com o ponto da má gestão corinthiana no período analisado por este trabalho. Andrés Sanchez apresentou uma postura de investir no quesito esportivo corinthiano, contratando diferentes atletas para incorporar ao plantel do Corinthians visando um time mais competitivo, porém, não trazendo resultados esperados, além de observar as receitas com vendas diminuírem drasticamente, com vendas e saídas a custo zero muito mal orquestradas. Em relação às dívidas, o mau resultado esportivo aliado às despesas com contratações exacerbadas (e o resultado ruim do time) viu o presidente lidar com a dívida corinthiana com a mesma postura de seu ano de ingresso: negociando a postergação de parcelas, o que entra em conflito com o seu discurso populista de pagamento de dívidas da Arena a qualquer custo.
2022 a 2023: Mergulhando de Cabeça na Crise
O biênio 2022–2023 no clube paulista foi marcado pelo novo mandato de Duílio Monteiro Alves, que assumiu em 2021. O novo mandatário, do mesmo grupo político do seu antecessor, Andrés Sanchez, tinha como missão reduzir a dívida do clube que há anos vinha crescendo de forma descontrolada devido a uma série de dívidas, diversas contratações que não entregaram esportivamente, empréstimos contraídos para pagamentos de dívidas passadas e o financiamento da polêmica nova arena.
Com esse cenário complicado nas finanças do clube, Duílio conseguiu ao menos entregar um dos pontos de sua campanha, já que obteve sucesso ao estabilizar a dívida do clube. Entretanto, em termos práticos, isso não se mostrou presente no cenário corinthiano, haja vista que o clube não conseguiu honrar seus compromissos financeiros com credores e, apesar de arrecadar muito com direitos de televisão, bilheteria e outras fontes de rendas, também gastou muito com montagem de elencos que não entregaram o esperado.
Ao analisarmos o Balaço Patrimonial de 2021/2022 e o Balanço Patrimonial até agosto de 2023 do Sport Club Corinthians Paulista, separamos três pontos nevrálgicos da dívida do clube:
1. Encargos com os tributos parcelados;
2. Despesas com contratações, direito de imagem e outros débitos relacionados à transação de jogadores;
3. Falta de caixa para amortizar a dívida, uma vez que, mesmo com o aumento da receita, o pagamento dos juros não permite o pagamento da dívida real.
1. Encargos com os tributos parcelados
Em 2021 os encargos com tributos parcelados divulgados no Passivo Não Circulante eram de 359.282 milhões de reais, em 2022 os mesmos encargos aumentaram para 437.866 milhões de reais e em agosto de 2023 o salto foi para 524.030 milhões de reais. Nesse período, o aumento foi da ordem de aproximadamente 46%, um aumento significativo na dívida de longo prazo do Corinthians.
2. Despesas com contratações, direitos de imagem e outros débitos relacionados à transação de jogadores
Outra dívida preocupante a se considerar está diretamente ligada com a contratação de jogadores e direitos de imagem devido a esses jogadores. O Corinthians aumentou em 70% a dívida com direitos de imagens de jogadores de 2022 para 2023. O dado consta no balanço financeiro do clube: o Corinthians encerrou 2023 devendo R$114 milhões em direitos de imagens para jogadores que compunham o elenco deste ano e para atletas que já tinham deixado o clube. O maior salto na dívida, no comparativo com o ano de 2022, foi nos direitos de imagem devidos para o zagueiro Gil, que viu o saldo crescer de pouco mais de R$4 milhões para R$13,87 milhões.
O Corinthians ainda tem na sua lista de credores de direitos de imagem a empresa Fair Play Football Association Participações Ltda, que tem o agente Will Dantas como sócio. Segundo o balanço, o Corinthians devia, até dezembro de 2023, R$15,4 milhões a ele. Também aparecem no rol de credores de direitos de imagem a empresa Elenko Sports e o agente Luis Augusto Carvalho.
Ao longo de 2023, o Corinthians conseguiu liquidar algumas das dívidas pendentes, como com o atacante Luan, o meia-atacante Matheus Vital, além do ex-volante Elias. Mas essas liquidações não foram suficientes para diminuir significativamente a dívida do clube nesse quesito.
3. Dívida não diminui, apesar do aumento na arrecadação
O Corinthians teve bons resultados em sua arrecadação com direitos de transmissão e premiações em campeonatos, em particular o vice-campeonato na Copa do Brasil e as quartas de final da Libertadores em 2022, que pagou em dólares e o clube se beneficiou graças ao câmbio.
O departamento comercial gerou cerca de R$30 milhões a menos com patrocínios e licenciamentos, na comparação com o ano anterior. Foi a única linha em que houve redução entre 2021 e 2022.
Já as receitas ligadas à torcida tiveram um aumento significativo, graças à reabertura plena dos estádios após a pandemia e ao tamanho da torcida alvinegra, que sempre comparece aos jogos do clube. As bilheterias da Neo Química Arena se aproximaram dos R$100 milhões por ano, marco raro no futebol brasileiro.
As transferências de atletas ficaram acima dos R$100 milhões líquidos e as receitas de futebol especificamente (sem considerar negociações de atletas) aumentaram em 14,9%, chegando a R$621,4 milhões em 2023. Nesse mesmo ano houve a arrecadação recorde de R$1 bilhão.
Mesmo com todos esses resultados positivos, a dívida do Corinthians continuou crescendo e só não está muito pior devido à capacidade extraordinária de arrecadação do clube. A dívida bruta do Corinthians em 2020 era da ordem de R$1,55 bilhão. Em 2021, passou para R$1,62 bilhão, em 2022 para R$1,17 bilhão e em 2023 para R$1,96 bilhão, o que demonstra a evolução da dívida apesar dos excelentes resultados de arrecadação.
Após dados referentes ao primeiro trimestre de 2024 serem divulgados, indicam que essa dívida está na casa dos 2,1 bilhões de reais. Podemos ver a seguir uma relação da dívida líquida do Corinthians em relação à arrecadação do clube.
Com base na análise feita pela FEA Sports Business, ao longo destes quase 12 anos desde 2012, notamos que o que teoricamente estava “controlado” no primeiro triênio exposto (2012–2014), ainda nesta época começa a se mostrar a questão das tomadas de decisão de risco potencial, onde as transações financeiras adotadas nesta época se tornam volumosas, sobretudo as que dizem respeito a atual Neo Química Arena, que anos depois viria a ser se não a maior composição da dívida corinthiana, uma das maiores. A situação vai se agravando ao longo dos anos, até que em 2018, Andrés Sanchez volta à presidência do clube, mas a sua chapa, Renovação e Transparência, já figurava no poder do clube desde 2008, ano de disputa da Série B pelo clube.
O mandato de Andrés foi, durante estes últimos quase 12 anos, o período em que a dívida mais aumentou no clube, onde mais do que dobrou de valor, optando por contratações que não obtiveram o retorno esperado, o inchaço da folha salarial do elenco, o acúmulo de juros e o não pagamento de obrigações com fornecedores fez o Corinthians se consolidar como um clube que figura uma situação de grave crise financeira. O que ficou mais claro na transição do período de 2020–2021, onde os atletas que saíam do clube entravam na justiça cobrando direitos trabalhistas e de imagem, os quais não haviam sido honrados pela antiga gestão. A partir do boom de notícias evidenciando estes processos, ficou de conhecimento total que a dívida era exorbitante e preocupante.
A gestão Duílio, iniciada em janeiro/2021, já pressionada sobre a dívida que pairava sobre o clube na época, entrou com o discurso de equalizar as finanças, mas mesmo com a arrecadação recorde no ano de 2023, pouco se conseguiu fazer, já que o clube continuou sofrendo com ações judiciais de jogadores, empresas e outros clubes pelo não pagamento dos compromissos acordados. Agora, passados meses de gestão de Augusto Melo, a bola de neve de dívidas parece crescer a cada semana e as ações judiciais continuam. O clube acaba de perder o maior patrocínio master da história do futebol brasileiro: a casa de apostas “Vai de Bet” acionou a cláusula anticorrupção existente em contrato para romper a parceria estabelecida, devido aos problemas de uma suposta irregularidade em repasses dos valores por empresas terceiras. Ademais, os causos que completam e agravam a crise são a debandada em massa de diretores da gestão Augusto Melo e a perda de seus principais goleiros, Cassio e Carlos Miguel, o primeiro tido por muitos como o maior ídolo da história Corinthiana. Questões essas que fazem o torcedor corinthiano se perguntar quando o clube sairá desse interminável pesadelo.
Referências:
http://www.espn.com.br/noticia/389370_extras-aumentam-custo-de-are na-corinthians-em-r-110-milhoes
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/05/140518_itaquerao_polemicas_ms
https://www.corinthians.com.br/noticias/corinthians-conquistava-o-mun do-pela-segunda-vez-ha-oito-anos
https://www.neoquimicaarena.com.br/noticias/neo-quimica-arena-10-an os-serie-especial-revive-grandes-momentos-da-casa-do-povo1
https://cdn.espn.com.br/image/protestos-corinthians/corinthians.pdf
https://static.corinthians.com.br/content/DFS_CORINTHIANS_FInal-revisada-8.pdf?rand=68yzYR9V2gCam4xr
https://static.corinthians.com.br/content/DFS_CORINTHIANS_FInal-revisada-8.pdf?rand=68yzYR9V2gCam4xr em https://www.corinthians.com.br/clube/transparencia