LOL: DO GAME AO E-SPORT

FEA Sports Business
6 min readApr 4, 2021

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História, cenário competitivo e expansão para plataforma game mobile.

Gabriel Landim, Luan Freitas e Rudá Emídio.

LOL: DO LANÇAMENTO AO SUCESSO

Cristiano Ronaldo, Neymar, Messi… o futebol é tão popular que estes nomes são facilmente reconhecidos em qualquer parte do planeta. Por sua vez, nomes como Lee “Faker” Sang-Hyeok, Luka “Perks” Perkovíc e Felipe “brTT” Gonçalves talvez não sejam tão reconhecidos ainda, mas estes atletas também estão se tornando estrelas globais.

Felipe “brTT” Gonçalves maior estrela do cenário competitivo do LoL no Brasil — Fonte: UOL

Faker, Perks e brTT são jogadores profissionais do e-sport mais popular do mundo, o League of Legends. Este MOBA(Arena de Batalha Multijogador Online em português), que hoje é o jogo eletrônico mais jogado no planeta, nasceu como um “spin off” do seu precursor e maior rival, o Dota.

A concepção do LoL foi resultado da parceria entre os norte-americanos Steve Feak, Steve Mescon (dois dos criadores da versão inicial do Dota, ainda como um mode do Warcraft 3) e a empresa californiana Riot Games - até então uma pequena produtora de jogos eletrônicos -, em meados de 2005.

Logo da Riot Games — Fonte: Riotgames.com

Após quatro anos de materialização da ideia, o LoL foi anunciado em 2008, e lançado no ano seguinte, possuindo duas diferenças fundamentais em relação ao seu precursor: Era um MOBA independente - não precisava do mecanismo do Warcraft 3 - e de fácil aprendizagem - tornando-o atraente tanto para jogadores experientes quanto para amadores.

Desde então, a base de jogadores desse MOBA vem crescendo de forma tão acelerada que, ainda em 2014, o LoL se tornou o mais jogado mundialmente. Para se ter uma noção do tamanho da sua popularidade, segundo dados do Instituto de Pesquisa NewZoo (que usa os dados da plataforma Overwolf ), são mais de 100 milhões de jogadores registrados no mundo e 120 milhões de horas assistidas na Twitch TV.

Campeonato mundial de League of Legends, evento de e-sports mais assistido no mundo — Fonte: Dailyesports.com

Percebendo todo esse potencial competitivo da sua “galinha dos ovos de ouro”, a RIOT games organizou o primeiro torneio oficial de League of Legends apenas dois anos após o lançamento do jogo. A partir desse momento, o desenvolvimento do cenário competitivo do LoL caminhou de mãos dadas com a popularidade do jogo. Acompanhando o crescimento exponencial da base de jogadores ativos na última década, o cenário competitivo do LoL tomou proporções que, no início da era dos e-sports, seriam consideradas inalcançáveis para uma competição do gênero. Ainda em 2016, o campeonato mundial de League of Legends atraiu mais espectadores do que as finais da NBA.

Dois anos depois, esse mesmo campeonato atingiu a marca de 99,6 milhões de espectadores durante todo o evento. Por sua vez, no ano de 2019 outro recorde foi batido: nas semifinais do mundial, uma das partidas entre os Europeus do G2 e as lendas Coreanas da SKT T1 reuniu cerca de quatro milhões de espectadores simultâneos, tornando-se o embate de e-sports mais assistido da história.

CAMPEONATOS E CENÁRIO COMPETITIVO

Dentro do cenário competitivo de League of Legends, os campeonatos de maior expressão (regionais e internacionais), são organizados pelas melhores equipes de cada região.

O Brasil possui um campeonato regional próprio, o CBLoL (Campeonato Brasileiro de League of Legends), o qual é disputado duas vezes ao ano - uma vez no primeiro semestre e outra no segundo. Além do prêmio, os vencedores também conquistam uma vaga para a disputa de um campeonato internacional: o MSI - caso vençam o torneio do primeiro semestre -, e o Campeonato Mundial - caso vençam o torneio do segundo semestre.

Logo do CBLoL — Fonte: Techmundo.com

Antigamente o cenário era composto por dois campeonatos, os quais se dividiam em uma espécie de primeira e segunda divisão, sendo eles o CBLoL (primeira divisão) e o Circuito Desafiante (segunda divisão), sistema que perdurou por cerca de 5 anos. Entretanto, no começo de 2021, o CBLoL passou por uma grande mudança, com a reformulação da estrutura do campeonato em um sistema de franquias: inspirando-se em exemplos de outras regiões, o novo modelo se assemelha com os campeonatos de esportes tradicionais dos EUA, em que não há rebaixamentos, promoções, e os clubes participantes do campeonato principal precisam mostrar-se equipes sólidas, além de um bom projeto e estrutura. Por sua vez, também há um campeonato alternativo chamado CBLoL Academy, com objetivo de não só testar times alternativos, mas também treinar as bases e novas promessas do cenário, a fim de fortalecer as equipes principais futuramente.

Com a reformulação, tanto o CBLoL quanto o CBLoL Academy passaram a ter 10 equipes, distinguindo-se das 8 equipes em cada divisão, como era anteriormente. Dentre as 10, existem equipes tradicionais do cenário, como as maiores campeãs do torneio - INTZ, Kabum e paiN -, equipes recentes que possuem identificação com clubes de futebol - o Flamengo e o Cruzeiro -, e casos de equipes tradicionais que ficaram de fora do torneio - Keyd Stars.

EXPANSÃO PARA O MERCADO DE GAMES MOBILE

Apesar do incontestável sucesso de League of Legends junto ao cenário competitivo na última década, sua exclusividade em relação à plataforma PC era um freio ao seu crescimento. Além disso, em paralelo, um novo fenômeno surgia: o de jogos digitais para dispositivos móveis (mobile). De acordo com a Superdata - empresa de pesquisa especializada no mundo gamer - , somente em 2019 os jogos mobile geraram uma receita de US $64,4 bilhões, superando os U$45 bilhões gerados por jogos de computadores e videogames somados.

Games mobiles, um segmento do mercado dos games em ascensão — Fonte: Terra.com

Consequentemente, na tentativa de conquistar uma parcela desse mercado em ascensão, a Riot Games (desenvolvedora de League of Legends) produziu dois novos jogos, sendo eles Teamfight Tactics (lançado para mobile em março de 2020) e Legends of Runeterra (lançado em abril de 2020). Contudo, apesar de se passarem no universo de League of Legends, ambos não obtiveram o mesmo sucesso do jogo principal, devido aos seus estilos diferentes. Tendo em vista esse cenário, foi lançado no dia 29 de março deste ano o game League of Legends: Wild Rift, o qual aposta em oferecer a mesma experiência do jogo originalmente desenvolvido para computadores e agora compatível com celulares.

Tela de jogo de League of Legends: Wild Rift — Fonte: Tecnoblog

Apesar de inovador para a Riot, a adaptação de jogos para o universo mobile tornou-se comum no mercado gamer. Outros exemplos de empresas que fizeram o mesmo são a PUBG Corporation com Playerunknown’s Battlegrounds, a Activision com Call of Duty: Mobile e a Epic Games, Inc. com Fortnite.

Cabe ainda destacar o potencial de feedback do novo jogo para a Riot: caso ele seja bem-aceito pelo público e traga resultados positivos, seu desempenho pode servir como indicador da alta rentabilidade do setor. Nesse sentido, a empresa poderia não só investir em novas adaptações de jogos de computador para celular (como Valorant mobile, por exemplo), mas também criar outros totalmente novos. Por outro lado, caso o resultado seja insatisfatório, a empresa pode ser obrigada a rever algumas de suas estratégias.

FONTES:

  1. Com pandemia e jogos de celular, receita de games deve crescer 45% em 2020
  2. LoL: Wild Rift é o jogo de celular mais baixado do Brasil no momento
  3. League of Legends | Qual o segredo do sucesso?
  4. CBLoL: RioT Games anuncia modelo de franquia para o Brasil em 2021
  5. League of Legends: como funciona o cenário competitivo do jogo

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