MESSI NO PSG: A CONTRATAÇÃO QUE MUDOU A HISTÓRIA DO FUTEBOL
História, títulos e a contratação do craque argentino pelo PSG.
Por Bruno Matareli, Danilo Resca, Marcelly de Castro, Matheus Jesus e Rudá Emídio.
NASCE UMA LENDA: LIONEL ANDRÉS MESSI CUCCITTINI
Lionel Andrés Messi Cuccittini, mais conhecido como Messi, é considerado um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Dentre suas inúmeras premiações individuais e coletivas, pode-se destacar que o argentino é recordista da premiação Bola de Ouro com seis conquistas, sendo quatro consecutivamente, além de seis Chuteiras de Ouro e uma medalha de ouro olímpica (conquistada em 2008, nas Olimpíadas de Pequim).
Sua história no futebol iniciou-se aos 5 anos, ao jogar no Abanderado Grandoli. Aos 7, começou nas categorias de base do Rosário Newell’s Old Boys. Com apenas 11 anos de idade, mudou-se para Espanha, onde começou a jogar nas categorias inferiores do Futbol Club Barcelona. Já a estreia na primeira divisão do futebol espanhol ocorreu em 2004. Considerando apenas a primeira divisão, Messi passou cerca de 17 anos vestindo a camisa do “Barça”, acumulando um total de 672 gols em 778 jogos. Em 2017, o jornal espanhol El Mundo, revelou que o contrato de Messi com o Barcelona chegara em 3,6 bilhões de reais para a cotação daquela época.
Sua participação na seleção argentina também é notadamente incrível: iniciou-se em 2005, na Copa Mundial FIFA Sub-20. Ganhou, além do título, a Chuteira de Ouro, a Bola de Ouro e foi o artilheiro do evento. Participou das demais Copas do Mundo seguintes, porém nunca conquistou o título. Ao todo, somam-se 151 jogos e 76 gols pela seleção. Hoje, aos 34 anos de idade, foi contratado pelo Paris Saint-Germain Footbal Club. Especula-se que o valor de seu salário chegará a 35 milhões de euros, cerca de 215,5 milhões de reais.
O CASAMENTO DE MESSI E BARCELONA
Há duas décadas, o pequeno Lionel Messi chegou ao Barcelona para se tornar uma estrela mundial e símbolo de um clube. Em 17 de setembro de 2000, Messi chegou à capital catalã para ser um atleta da La Masía (centro de treinamento das categorias de base do clube).
As palavras acima, escritas em um guardanapo depois de um jogo amistoso de tênis em Barcelona, foram rabiscadas às pressas para garantir ao pai de Messi, Jorge, que o gigantesco clube blaugrana estava comprometido a assinar contrato com seu filho de 13 anos. À época, Messi possuía problemas hormonais que atrapalhavam seu crescimento, o que retardou seu desenvolvimento nas categorias de base dos times argentinos. O diretor esportivo do Barcelona, Joan Lacueva, pagou 1 mil euros (R$6,45 mil, na cotação atual) pela fase inicial do tratamento hormonal para corrigir a deficiência de crescimento de Messi. O “Barça” arcou com todo o custo do tratamento quando ele se tornou oficialmente jogador do time.
“Foi muito difícil, foi uma mudança muito grande. Quando cheguei ao Barcelona não pensava em ser o melhor do mundo. Cheguei com o sonho de poder ir para o time principal, mas nunca imaginei o que viveria o que veio depois”
Lionel Messi
O que aconteceu a seguir foi uma coleção de títulos e recordes que o levou a ser um dos melhores jogadores da história. Ele é de longe o maior artilheiro da história do time da Catalunha (634 gols em 731 partidas oficiais), o artilheiro da história do Campeonato Espanhol (444 gols), o jogador que mais marcou gols numa única temporada (91 em 2012) e o que ganhou mais títulos com o Barcelona, 34 no total, incluindo quatro Liga dos Campeões (2006, 2009, 2011, 2015), dez Campeonatos Espanhóis, 7 Copas do Rei da Espanha, 3 Mundiais de Clubes, 3 Supercopas da Europa e 8 Supercopas da Espanha. Colecionou, ainda, 78 prêmios individuais, sendo eleito seis vezes o melhor do mundo (uma a mais que o português Cristiano Ronaldo), além de ter sido em seis temporadas o maior artilheiro da Europa.
MUDANÇAS DE ARES…
As relações entre Lionel Messi e Barcelona, clube no qual a majestade do argentino é incontestável, desgastaram-se no decorrer das últimas temporadas por diversas razões que transcendem as quatro linhas. Dentre elas, destaca-se a crise financeira que assola o clube catalão e foi agravada no decorrer da pandemia, tendo em vista que o público do Camp Nou, cuja capacidade gira em torno de 110 mil pessoas, era responsável por fatias consideráveis da receita gerada pelo “Barça”.
No entanto, não se pode dizer que os jogos com o estádio vazio sejam o principal fator que fomentou a saída de Messi. Desde o fim da temporada 2014/15, o clube catalão esteve sob a desastrosa gestão de Josep Maria Bartomeu, a qual foi marcada por contratações de valores astronômicos, como Ousmane Dembélé, Philippe Coutinho e Antoine Griezmann (cujas cifras somadas atingem 385 milhões de euros). Estes, que são exemplos de grandes transferências realizadas pelo clube (todas objetivando substituir Neymar, vendido ao Paris Saint Germain em 2017), mas que não tiveram os retornos esperados em campo (ou seja, sem a conquista de títulos de expressão intercontinental, como a tão desejada Champions League).
Assim, gradualmente, esses erros de planejamento e administração pela diretoria do clube aumentaram os níveis de insatisfação de Messi, visíveis a cada decepção a nível europeu dos blaugranas - a exemplo das memoráveis viradas sofridas contra Roma (2018) e Liverpool (2019), além do fatídico 8 a 2 diante do Bayern, no ano passado.
Mesmo diante dessas circunstâncias, o amor à camisa do argentino, bem como os sucessivos aumentos salariais que procuravam mitigar esses duros golpes, puderam prolongar sua passagem pelo Barcelona até o fim de seu último contrato, encerrado no último dia 31.
Para explicar esse desligamento, devemos nos lembrar da queda no faturamento do clube e a relação disso com a recente lei de La Liga, que obriga as equipes a terem saldo positivo relativos às receitas subtraídas das despesas com o futebol profissional. Como o “Barça” viu seus números atingirem valores negativos para a temporada, não restou outra alternativa além da saída do maior jogador de sua história.
A contratação do craque pelo Paris Saint-Germain, desse modo, gerou questionamentos quanto à legalidade em termos financeiros. Porém, o clube parisiense está apenas submetido às regras impostas pela Uefa, o que implica análise apenas ao final da presente temporada. O PSG, que se tornou protagonista alavancado pelo fundo de investimento catariano QSI, com o qual partilha o CEO Nasser Al-Khelaifi, foi investigado recentemente pela entidade máxima do futebol europeu, sob suspeita de injeções artificiais de dinheiro pelos proprietários através de contratos de patrocínio com empresas do Catar. Assim, clubes com grandes investidores, como o Paris Saint-Germain e o Manchester City, tendem a despertar muitos questionamentos sobre o fair play financeiro. Porém, o PSG na última janela de transferências não gastou grandes quantias em transações, ao se observar os reforços trazidos pela equipe. Ao todo, até o momento, foram 5: Sergio Ramos, Georginio Wijnaldum, Lionel Messi, Gianluigi Donnarumma e Achraf Hakimi, sendo este último o único para o qual houve uma taxa de transferência, de aproximadamente 70 milhões de euros. É claro que há os custos dos, nada modestos, salários. Contudo, é inegável a aula de gestão esportiva dada pelo PSG ao se reforçar em altíssimo nível com jogadores, em sua maioria, em final de contrato.
A CHEGADA DO E.T: RETORNO GARANTIDO DENTRO E FORA DOS GRAMADOS
É inegável que Lionel Messi modificou o patamar do Paris Saint-Germain. Seis vezes eleito melhor jogador do mundo e quatro vezes campeão da Liga dos Campeões da UEFA, o jogador argentino é um daqueles craques de talento singular, que extraem o melhor de cada companheiro de equipe. Antes um elenco forte, mas desacreditado pelos seguidos fracassos na Liga dos Campeões, agora, com a chegada do craque, tem o combustível ideal para recolocar o time parisiense na rota dos títulos. Se a mera presença do argentino no elenco já transforma o vestiário do time francês, sua atuação dentro de campo tende a materializar esse clima vitorioso em títulos. Em relação ao seu estilo de jogo, Lionel é extremamente rápido com a bola nos pés, tem uma capacidade única de prever as ações do adversário e tem a capacidade de ler e achar espaços como poucos na história. Seus números também são espetaculares, apesar do enfraquecimento técnico do seu ex-clube, no último quinquênio o craque teve uma média de 43,8 gols e 18,8 assistências por temporada.
Além do provável retorno técnico, a contratação do craque argentino está gerando um retorno financeiro extremamente fora da curva. Depois que a contratação foi oficialmente anunciada, o PSG vendeu cerca de 900 mil camisas oficiais com o nome e o número de Messi. A título de comparação, na chegada de Cristiano Ronaldo a Juventus, 532 mil camisas do jogador português foram vendidas no mesmo período. Posto que o ticket médio por camisa é de cerca de 100 euros, o faturamento apenas com a venda de camisas foi de 90 milhões de euros em 24h, como a margem de lucro desse artigo gira em torno de 10%, o clube parisiense lucrou 9 milhões de Euros em um curtíssimo período. Desse modo, uma vez que o salário do atleta será de 41 milhões de euros anuais, em apenas 24 horas, Messi já arrecadou 22% desse valor apenas com a venda de camisas.
Com a chegada de Lionel Messi, as redes sociais do clube francês também registraram forte crescimento nas últimas semanas. Antes da contratação, o Paris Saint- Germain possuía 39 milhões de seguidores no Instagram oficial do clube. Desde o anúncio, o clube já ganhou mais de 10 milhões de seguidores, com um aumento de aproximadamente 11% em apenas 24 horas. Em relação ao engajamento nessa mesma rede social, Messi é imbatível: A publicação do acerto do craque argentino com o clube francês em sua página pessoal foi curtida por 26 milhões de pessoas. Essa foi a segunda publicação, relacionada a esportes, com mais curtidas na história do Instagram. A primeira também é do jogador, publicação feita quando ele capitaneou a seleção argentina na conquista da Copa América de 2021.
FONTES:
A evolução da crise que tirou Messi do Barcelona
A ida de Messi ao PSG e o fair play financeiro
Impacto Messi traz 90 milhões de euros ao PSG em 24h; entenda
EXPLICANDO COMO JOGA MESSI!. Lionel Andrés Messi, é para esse que… | by André Andrade
Messi ovacionado, Mbappé vaiado: como foi a apresentação do super PSG 2021/22